segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ser carvão na vida uns dos outros

Queria ter escrito ontem, data especial, mas não deu.
Escrevo hoje para dizer que a Maria esteve na praia. O ar do mar fez-lhe bem e parece que voltou mais crescida. O mar empurrou o dentinho mais um pouco cá para fora, mas ainda não rompeu bem e é por isso que ela anda mais rabujenta.

Agora como já não estou tanto tempo em casa torna-se mais difícil escrever com calma, por isso partilho um texto que veio para ao meu inbox e que espelha bem o que vou querer um dia contar à minha filha.

"O menino olhava a sua avó com curiosidade enquanto ela escrevia uma carta.

A certa altura, perguntou:


- A Avó está a escrever uma história?


A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:


- Estou a escrever sobre ti... é verdade! Mas, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou a usar: gostaria que um dia fosses como ele, quando cresceres.


O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.


- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!


- Tudo depende do modo como se olha as coisas. Neste lápis há cinco qualidades muito importantes, que se conseguires manter, serás sempre feliz e estarás em paz com o mundo.


Primeira qualidade: podes fazer grandes coisas, mas não podes esquecer nunca que existe uma mão que guia os teus passos, a que chamamos Deus.


Segunda qualidade: de vez em quando, é preciso parar de escrever, e usar o afia-lápis. isso faz com que o lápis sofra um pouco. Mas depois estará mais afiado e perfeito. Aprende a suportar algumas dores que te vão surgindo, porque nos ajudam ser melhores pessoas.


Terceira qualidade: o lápis permite o uso da borracha para limpar e corrigir o que estava errado. Corrigir o que fizemos mal é importante para construir um caminho mais justo.


Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira, nem a cor, nem a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Também connosco o mais importante é o que está por dentro.


Quinta qualidade: o lápis por onde passa deixa sempre uma marca... maior ou menor... Assim acontece com tudo o que fizeres na vida. Tudo o que fizeres fica com a tua marca. Por isso tenta ser perfeito em cada coisa que fazes. Procura que os teus desenhos sejam lindos!


O neto ouvia com atenção tudo o que a sua Avó lhe dizia, e gravou na sua memória fresca a interessante mensagem e prometeu vivê-la, tentando em cada dia uma escrita mais perfeita, sempre assistido pela mão invisível de Deus."


(autor desconhecido)


domingo, 10 de julho de 2011

Riscos

Esta semana foi um tempo de viragem. Às novas rotinas da Maria por causa das sopas, juntou-se a mudança de emprego. Tudo muito rápido, tudo tem que ser rápido.
Decidir para mim sempre foi uma situação complicada, porque sou indecisa por natureza, ou melhor, porque não gosto de arriscar. Mas olhando bem para os momentos mais felizes da minha vida, foram aqueles em que arrisquei. Quando decidi namorar com o homem com quem casei, pessoa sobre a qual o meu primeiro comentário foi: "nunca me envolveria com alguém assim". Quando decidi não começar logo a trabalhar, como todos os meus colegas de faculdade, e ir para Gent estudar. Quando decidi casar pela Igreja, ou seja para toda a vida. Quando decidi que uma vida nova poderia crescer dentro de mim. Esta, de todas as decisões, foi a mais arriscada, pela responsabilidade que acarreta, e foi sem dúvida a que me fez e faz mais feliz.
Pois bem, por falar em correr riscos, partilho aqui um texto que alguém "por coincidência" deixou no meu inbox:

"Na vida temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis, algumas difíceis.
A maior parte dos erros que cometemos não se devem a decisões erradas. A maior parte dos erros devem-se a indecisões. Temos que viver com a consequência das nossas decisões. E arriscar. Tudo é arriscar.
Rir é correr o risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento.
Expor os sentimentos é arriscar expor-se a si mesmo.
Expor suas ideias e sonhos é arriscar-se a perdê-los.
Amar é correr o risco de não ser amado.
Viver é correr o risco de morrer.
Ter esperança é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de falhar.
Os riscos precisam ser enfrentados, porque o maior fracasso da vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca, não faz nada, não tem nada, não é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor, mas não aprende, não sente, não muda, não cresce e não vive. Presa na sua servidão, é uma escrava que teme a liberdade
."

Só posso acrescentar que, o risco, com a ajuda de Deus, é sempre controlado!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sopa?! bahhhh

Hoje foi o primeiro dia em que a Maria comeu a sopa de legumes. Confeccionada tal e qual como mandam os manuais: batata, cenoura e um legume verde (alface), não podia temperar com sal nem com outro condimento, e assim que a Maria provou parecia que tinha comido limão!
Colher após colher, a Maria ia comendo mas com uma cara tão feia, tão feia que metia dó vê-la abrir a boca para mais uma colher de sopa.
Bem sei que tenho que insistir mas realmente aquela sopa não sabia a nada. Mal provei entendia perfeitamente o que a Maria estava a pensar. Que coisa mais sem saborona!
A Organização Mundial de Saúde aconselha a não introduzir sal nas refeições antes do 1º ano de vida completo do bebé e eu até percebo pois o sal em excesso é prejudicial e nós (portugueses) temos a mão pesada para o sal. É importante pouparmos o nosso bebé aos excessos que cometemos quando cozinhamos e que uma vez instituídos são tão difíceis de eliminar. Mas ainda assim fiquei a pensar no papel do sal não só na cozinha portuguesa, mas também e sobretudo na vida dos portugueses. É que às vezes a nossa vida é demasiado insossa e outras vezes demasiado salgada. E é tão difícil ter a "mão" certa para o sal...
Quando já experimentámos o tempero perfeito o nosso paladar automaticamente reconhece quando falta sal ou quando está a mais. Também assim é na nossa vida.
Lembro-me de uma passagem na Bíblia: "Vós sois o sal da terra". Pois somos, nós somos o sal que dá sabor à vida, à nossa e à dos que nos rodeiam. Muitas vezes ficamos abaixo das nossas capacidades, não arriscamos, acomodamo-nos e a vida fica insossa e passa por nós sem sabor. Outras vezes exageramos e salgamos demais os nossos momentos, os nossos prazeres, as nossas vontades.
Um bom cozinheiro pode ser muito criativo, pode apresentar verdadeiras obras de arte à mesa, mas se não tiver "boa mão" para o sal todos os seus pratos serão arruinados. Saibamos cozinhar com equilíbrio as nossas vidas, saibamos dar o sabor que merecem mas sem exagerar, e de certeza que qualquer receita para a Felicidade ficará bem cozinhada!