domingo, 18 de dezembro de 2011

Último Domingo do Advento... 10 meses da Maria... Esperança!

No último Domingo do Advento começo a sentir aquela ansiedade de pensar que está quase a chegar o Natal, a celebração cristã que marca toda uma civilização, todo um mundo! O Todo-Poderoso faz-se menino, vulnerável, simples, carente que nasce numa manjedoura e ao frio porque ninguém quis abrir a porta de sua casa para dar abrigo a uma grávida! Este é o mistério do Natal que dá sabor, cor e luz à vida, é o mistério que não se explica pelas medidas do Homem, mas sim pela medida do Amor: dar tudo sem esperar nada em troca! Porque é que é assim tão difícil acreditar neste Deus-menino que apenas quer um lugar no nosso coração? Porque é que é assim tão complicado gostar do que é simples e cheio de ternura? Porque é que está na moda desfazer a verdade do Natal e mascará-la de Pais Natal, Popotas ou Leopoldinas? De que é que têm medo os homens e mulheres que não reconhecem que o Natal é celebrado por cristãos pelo mundo fora, é uma festa religiosa e não uma festa "pagã"?
Sejamos francos uns com os outros e sobretudo connosco próprios! O que celebramos verdadeiramente no Natal? Presentes? Jantar com a família? Postais de Boas Festas? O que distingue este momento de tantas outras ocasiões em que damos e recebemos presentes, em que jantamos com a família e em que enviamos postais aos amigos? Sejamos verdadeiros e tenhamos a coragem de tornar este Natal num momento realmente diferente de tantos outros, vivido com simplicidade e plenitude, em torno do Presépio! Ainda estamos em tempo de o fazer!
A Maria faz hoje 10 meses e vai ter o seu primeiro Natal. O primeiro de muitos que, no que depender de mim, serão sempre verdadeiros, centrados em Jesus e na Sagrada Família, o exemplo de todas as famílias! Acreditar no mistério do Natal não é apenas um acto de Fé, é abrir as portas da nossa vida para que Deus possa fazer com ela o que entender, na certeza que o resultado será sempre a FELICIDADE!!!    

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Caldas da rainha, acidente, mota, jovem

O título deste post são as palavras que "tagaram" a notícia que hoje vinha no Correio da Manhã. Não sei se por esta ordem, mas esta foi a ordem em que as palavras se arrumaram na minha cabeça, num crescendo gelado que atingiu os 0º quando li a última palavra: jovem... Um jovem de 16 anos transformou-se ontem numa estrela, uma estrela que brilha ao lado de tantas outras presentes nas nossas noites e outrora presentes nos nossos dias. Não consigo imaginar nem sequer vislumbrar o que ficou desfeito no coração daqueles pais. Não consigo e fico com um nó preso na garganta cada vez que penso no Henrique, no Gonçalo, no Pedro, na Catarina, nas pessoas que hoje são estrelas mas que ainda ontem eram um pulsar de vida e de energia. Bolas!!!!! Para não dizer outras coisas! Podia dizer, mas de que adianta? Há quem queira dizê-lo mais do que eu, há quem chore mais do que eu, há quem esteja partido por dentro sem vislumbre de uma cola super poderosa que possa unir de novo todos os pedaços de um coração destroçado.
Elevo os meus olhos para o Céu e suplico com o maior despojamento e a maior sinceridade, suplico consolo para os pais que perderam os seus filhos, os que conheço e os que permanecem anónimos. Suplico a consolação divina, aquela que acalma a tempestade. Suplico o colo da Mãe divina, aquele onde deitamos a cabeça pesada e acabamos por adormecer suspirando. Suplico a força divina do Espírito Santo, aquela que capaz de juntar o que está dividido. Este post é uma oração que partilho porque me custa mantê-la no silêncio do meu coração.
Ámen!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Uma certa ingenuidade

Depois de mais um aniversário, penso sobre ter acrescentado mais um ano à minha idade e que consequências tem isso na minha vida. Agora que sou mãe, agora que tenho uma vida que depende de mim e à qual não hesitaria em dar a minha por ela, penso nas consequências de ter mais um ano de idade. Olho para o espelho e vejo-me fisicamente mais velha, algo amachucada pela gravidez, vejo o que os outros não vêem, mas gosto do que vejo e sobretudo penso que nada precisa realmente de mudar. Ter mais um ano, neste ano, não muda a forma como me vejo, mas muda a forma como vejo o mundo, e gosto de saber que olho para o mundo com uma certa ingenuidade. Não vejo segundas intenções em todos os que se cruzam comigo, ainda acredito que todos têm um lado bom e altruísta sem esperar nada em troca e sei que na Vida a vitória é sempre do Bem e nunca do Mal! Essa ingenuidade não se confunde com tolice ou burrice, é uma forma de esperança, é uma maneira simples e humilde de ver os outros e a extraordiária capacidade de amar que têm em si. É claro que há sempre aquelas vozes sábias que me avisam para ter cuidado ou que me dizem para não ser tão ingénua, mas a isso respondo que quem cultiva uma certa ingeguidade na forma como vê o mundo é feliz! Se em criança é aceitável ser-se ingénuo, então porque não sê-lo também em adulto? Que cada ano que acrescento à minha idade não represente menos ingenuidade na minha forma de ser.
Já dizia Almada Negreiros sobre o valor da ingenuidade:
"O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um. A ingenuidade é o legítimo segredo de cada qual, é a sua verdadeira idade, é o seu próprio sentimento livre, é a alma do nosso corpo, é a própria luz de toda a nossa resistência moral.
Mas os ingénuos são os primeiros que ignoram a força criadora da ingenuidade, e na ânsia de crescer compram vantagens imediatas ao preço da sua própria ingenuidade.
Raríssimos foram e são os ingénuos que se comprometeram um dia para consigo próprios a não competir neste mundo senão consigo mesmos."

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