sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tudo o que não deres hoje, perde-se amanhã!

A Maria esteve doente pela primeira vez. Doente a sério, não foram aquelas frebicas de 37.º,5 por causa dos dentes. Esteve doente de febre alta e dores de barriga. Ao primeiro sinal de febre alta fiquei logo assustada, ela coitadinha gemia entre os desenhos animados do babytv e ia tentando brincar enquanto a febre e as cólicas a deixavam em paz. O pediatra disse-me que devia esperar que se completassem 24h com febre pois antes disso não havia grande motivo para preocupação, mas eu já estava preocupada por isso as 24 horas passaram como se fossem 24 dias!
O corpo dela reagiu e venceu! Hoje já não teve febre e já poderá começar a deixar de comer canja!
Nestes dias todas as outras coisas passaram para o plano de baixo, só queria que o tempo passasse para chegar a casa e ver a Maria. Isso fez-me pensar que devia ser assim todos os dias! O que deve ficar sempre no plano de cima é a família, tudo o resto vem a seguir. É que vamos deixando o tempo passar nesta lógica de que o podemos recuperar depois, mas o que é certo é que tudo o que não damos hoje, amanhã já estará perdido e já não será recuperável. Estamos sempre a adiar para o fim de semana com a desculpa que estamos cansados e tivemos um dia complicado no trabalho... Chega o fim de semana e as soliticações aparecem de todos os lados e de repente já é 2ª feira outra vez e tudo não passou de uma intenção.
O beijo que não dei hoje, já não o posso dar amanhã; a palavra amiga que não disse hoje perdeu-se e amanhã não será a mesma; e assim se vão perdendo as oportunidades de cuidar daqueles que são nossos.
No dia do nosso casamento prometemos um ao outro que iríamos namorar pelo menos 5 minutos por dia, todos os dias da nossa vida. Hoje digo que isso não acontece todos os dias, e que ao contrário do que queria que fosse verdade, os dias em que não dedicamos 5 minutos do nosso tempo ao namoro não se convertem em créditos para usar depois, perdem-se! É assim com tudo o que amamos e não cuidamos, cada oportunidade que escolhemos perder é um descuido que não pode ser compensado depois. É uma distância que não se recupera, porque não há dois momentos iguais.
Dizia-me hoje um amigo: "Tu só comes ao fim de semana? Imagina como seria se assim fosse, andavas à míngua a semana toda". Também é assim com o amor. Não somos um depósito de beijos e carinhos que enchemos ao fim de semana e vamos utilizando durante a semana. Precisamos disso todos os dias, em doses pequenas mas vitais!
Sejamos capazes de encurtar as distâncias, reconhecendo que o que não dermos hoje ao outro não vamos poder recuperar, mas assumindo (com vontade e determinação) que iremos dar um bocadinho de nós todos os dias! Só assim é possível cuidar de alguém.
Bom fim de semana (mas hoje ainda é dia)!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Anjo da guarda

Hoje a Igreja celebra o dia do Anjo da Guarda.
Desde pequena que me lembro de ouvir falar do Anjo da Guarda, normalmente personificado numa criança com asas, talvez o meu tio António que desde os 2 anos ganhou asas e que lá do alto nos vai guardando!
Não quero aqui discutir o sexo ou a personificação dos anjos. Limito-me a reconhecer que a presença deles me conforta a alma. Se calhar somos demasiado incrédulos para acreditar em anjos, mas todos nós temos alguém que partiu a quem atribuímos essa função: olhar por nós!
Já muito se escreveu sobre anjos, já muito se pintou e encenou sobre o tema dos anjos. Numa sala de teatro ou de cinema, num livro ou num quadro os anjos dão azo a muita criatividade e curiosidade, mas para mim não é preciso pensar ou fantasiar muito, simplesmente porque sinto que tenho um anjo que me guarda.
Uma oração ternurenta antes de dormir foi o que a minha mãe a a minha avó Maria me ensinaram e hoje sou eu a que canto à Maria.
Quando estava grávida resolvi ensaiar uma canção que ela pudesse escutar, ainda no meu ventre, e que de algum modo a acalmasse, e hoje assim que canto as primeiras notas da melodia ela serena e aninha-se para dormir. A letra da música é a oração que me ensinaram a rezar com um pequeno acrescento:
"Ó meu Anjo da Guarda, minha doce companhia, guardai a minha alma de noite e dia. Ó meu Anjo da Guarda, minha doce companhia, guardai a minha filha de seu nome Maria".
Não sei a Maria fica mais calma só por se ter habituado a escutar aquela melodia, ou se de facto o Anjo da Guarda dela me ouve e fica ali sentado a olhar por ela para que ela durma tranquilamente, sei que o meu coração fica mais calmo sempre que a canto.
São João Maria Vianney dizia:
"Meus irmãos, não só Deus não vos perde de vista um instante, como até vos dá um anjo que não deixa nunca de vos guiar. Oh, grandiosa felicidade, tão mal conhecida pelos homens!"
Que no dia de hoje nos lembremos do nosso Anjo da Guarda e nos deixemos guiar na sua doce companhia, quer de noite quer de dia!