segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Combates, o primeiro de muitos!

Hoje forcei-me a vir aqui para partilhar o que chamo de: O primeiro de muitos combates entre a Maria e os pais.
Começa cedo, pensam vocês, mas não. É perfeitamente normal os bebés começarem a "medir forças" com os pais, sobretudo na hora da refeição, recheada de momentos e oportunidades para o bebé triunfar levando os pais ao cansaço e assim vencendo a batalha.
Hoje a Maria tinha à sua espera uma sopa muito cor de laranja, que já tinha deixado umas boas nódoas no Domingo e por isso o cuidado para não sujar o pijama de hoje foi redobrado.
Ora, nem de propósito! Começou a comer lindamente até que se lembrou de fazer o famoso "brrrrr" com a boca cheia de sopa cor de laranja! Rapidamente salpicou a cozinha e ouviu dos pais um: "Não faz isso!". Nesse momento parou, não estava à espera daquela reacção. "Teriam achado graça?" deve ter pensado... a calmaria durou apenas por momentos. Passado três colheres de sopa e uma de banana resolveu experimentar o "brrrr" outra vez, para ver qual era a nossa reacção. Mais uma vez, de olhos arregalados e com a voz colocada em tom de ralhete dissemos em uníssono: "Maria, não faz isso!". Ela estremeceu, depois riu-se na tentativa de arrancar de nós também um sorriso, mas logo se apercebeu que não tínhamos achado graça. Isso não a impediu de continuar, pelo contrário até a motivou mais e logo se recompôs para repetir a proeza. Já estávamos os dois perdidos de riso e com a cara tapada com guardanapos!!! Tudo menos mostrar-lhe que achávamos piada.
Fez-se uma pausa para ver se ela retomava a refeição normalmente, mas de pouco serviu, pois daí a nada recomeçaram os "brrrrs". Eu aproximei-me dela, abri os olhos e disse: "Não faz isso!". Ela parou, fitou-me com os seus olhos penetrantes e em silêncio disse-me: "não me vences tão facilmente". Aí caiu-me tudo, um pingente daquele tamanho enfrentou-me com o olhar!!!
Lembrei-me das vezes em que depois de ouvir um ralhete continuei a fazer certas coisas que sabia que deixavam os meus pais irritados (sobretudo a minha mãe) só para medir forças. Lembro-me como se fosse hoje! Era uma sensação de desafio que me movia. Depois acabava em castigo ou com umas boas palmadas para deixar claro que a relação entre pais e filhos não é uma democracia (e ainda bem!!!).
Em toda a nossa vida medimos forças, vamos travando vários combates com quem tem autoridade sobre nós, umas vezes por causas nobres e válidas, outras vezes só pelo prazer de combater e de esgrimir argumentos. Todos esses combates são inevitáveis, e se encarados com o devido bom senso até são saudáveis. Só há um combate que para mim não faz sentido travar, é o que teimamos em travar com quem amamos e nos ama: com a pessoa que escolhemos para viver o resto da nossa vida e com Aquele que nos ama infinitamente e nos deu a vida.
Contra nenhum deles vale a pena combater, pois o resultado é sempre negativo!

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