domingo, 18 de dezembro de 2011
Último Domingo do Advento... 10 meses da Maria... Esperança!
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Caldas da rainha, acidente, mota, jovem
Elevo os meus olhos para o Céu e suplico com o maior despojamento e a maior sinceridade, suplico consolo para os pais que perderam os seus filhos, os que conheço e os que permanecem anónimos. Suplico a consolação divina, aquela que acalma a tempestade. Suplico o colo da Mãe divina, aquele onde deitamos a cabeça pesada e acabamos por adormecer suspirando. Suplico a força divina do Espírito Santo, aquela que capaz de juntar o que está dividido. Este post é uma oração que partilho porque me custa mantê-la no silêncio do meu coração.
Ámen!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Uma certa ingenuidade
Já dizia Almada Negreiros sobre o valor da ingenuidade:
"O maior perigo que corre o ingénuo: o de querer ser esperto. Tão ingénuo que cuida, coitado, de que alguma vez no mundo o conhecimento valeu mais do que a ingenuidade de cada um. A ingenuidade é o legítimo segredo de cada qual, é a sua verdadeira idade, é o seu próprio sentimento livre, é a alma do nosso corpo, é a própria luz de toda a nossa resistência moral.
Mas os ingénuos são os primeiros que ignoram a força criadora da ingenuidade, e na ânsia de crescer compram vantagens imediatas ao preço da sua própria ingenuidade.
Raríssimos foram e são os ingénuos que se comprometeram um dia para consigo próprios a não competir neste mundo senão consigo mesmos."
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=98399#ixzz1fNz1X7DK
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Mais um dia 18 que passou!
Queria assinalar a data mas não sabia bem o que escrever e então nada melhor do que ir beber inspiração à fonte:
Aqui deixo a leitura do Evangelho do dia 18 de Novembro:
"De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo.
No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»
Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.»
«Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!»
Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
E, quando entraram no barco, o vento amainou.
Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!» "
Quantas vezes duvido deste Deus que se apresenta na minha vida de mansinho, sem violar a minha vontade, que espera que eu Lhe abra a porta para poder entrar e falar-me do Amor verdadeiro. Quantas vezes duvido que Ele caminha sempre ao meu lado, pronto para me pegar ao colo quando estou prestes a cair. Quantas vezes me permito ter medo da vida, quando sei que se a confiar a Deus serei feliz de verdade! Vale a pena escolher o caminho certo, ainda que seja difícil, porque é nele que está Deus e é através dele que a nossa vida ganha sentido!
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A minha amiga foi mãe de uma menina!
Todos sabemos dizer o que é a adopção, mas será que sabemos mesmo o que é, o que implica? É antes de mais um acto tremendo de amor, que quer acolher uma vida já concebida e criada que alguém não quis ou não pôde cuidar. É um acto de coragem que escolhe correr o risco de acolher uma criança "institucionalizada, com "desvios" e marcada pelo "sistema". É um acto de humildade pois implica levantar as defesas de uma família, deixar cair os receios e aceitar a dádiva que é poder amar alguém que precisa realmente de amor.
Hoje quero agradecer de um modo especial a Deus pelo exemplo de maternidade da Ana e, claro também de paternidade do seu marido, que aceitando as limitações que a vida lhes deu souberam e quiseram escolher o amor.
A minha amiga, em vez de se esconder nas suas limitações, quis gritar bem alto que é Mãe. A Ana sabe bem o que é estar grávida, o que é sentir as palpitações de querer saber como é o ser que já amamos mesmo antes de o conhecer, o que é sentir a preocupação de saber se somos capazes de levar por diante esta tarefa, o que é sentir o calor de uma família que espera unida pela vinda daquela vida!
Que grande exemplo de força e de coragem, tudo é possível quando se tem vontade e fé!!!
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Passo a passo a caminho dos 9!
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Palminhas
Que orgulho! Não é nada de especial visto por um adulto sem qualquer ligação afectiva à Maria, mas visto por mim é um feito espectacular só superável pelo feito de começar a gatinhar para a frente e assim sucessivamente.
Este fim de semana a Maria exercitou bastante as palminhas, ela era palminhas ao acordar e palminhas ao deitar, palminhas à refeição e palminhas a mudar a fralda, enfim, tudo era pretexto para mostrar que sabia bater palminhas! Se este pequeno gesto já me encheu de orgulho faço ideia quando der o primeiro passo, quando na escola aprender a escrever, quando tiver boas notas, quando for passando de ano até se licenciar!
Realmente, os meus pais podem ter tido muitas coisas chatas comigo, mas nisso só tiveram motivos de orgulho ehehhe (também sabe bem escrever coisas boas sobre nós de vez em quando)!
8 meses volvidos e cá estamos com a Maria mais crescida, mais atenta, mais atrevida, mais sequiosa de aprender e apanhar tudo o que vê, tudo o que cheira e sente. Vou entregando a cada dia a sua vida nas mãos de Deus e pedindo a capacidade de ser sempre um exemplo de coerência que ela possa um dia querer seguir, não apenas para imitar, mas para melhorar.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
As flores têm as cores dos passarinhos...
Não resisti e resolvi colocar hoje aqui um vídeo de uma criança cega a quem é pedido para fazer uma redacção sobre as cores das flores. É uma lição e simplicidade que me assola e me faz lembrar como a vida deve ser simples e grata todos os dias. Seja com que limitação for que tenhamos que lidar (e cada um tem as suas) devemos encarar o dia a dia como uma dádiva, sendo certo que Deus nunca nos pede mais do que aquilo que somos capazes de dar. Por isso a minha conclusão é que esta criança é um eleito de Deus que pode dar muito fruto, pois Deus nunca mais pede do que o que cada um pode dar!
Sigamos o exemplo deste menino e tenhamos a coragem para tornar as coisas mais sombrias e cinzentas em arco-iris de alegrias, sem queixumes, porque a vida que temos foi-nos dada de graça, nada temos que pagar por ela, apenas temos que a viver bem!
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Eis uma mensagem que vou querer passar à Maria
Este é um deles:
http://youtu.be/66f2yP7ehDs
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Casa de bebés
Fiquei a pensar naquela frase e realmente apercebi-me de que quando se tem um filho tudo que compramos para o bebé fica automaticamente à disposição dos outros pais que, como nós, tenham filhos pequeninos. Há uma solidariedade, quase uma irmandade entre aqueles que têm o primeiro filho mesmo tempo, pois todos comungam da mesma experiência avassaladora. É como se falássemos a mesma língua em termos de necessidades do bebé, de tal forma que não é preciso pedir nada pois sabemos perfeitamente o que é preciso, sabemos bem a logística que envolve ir jantar fora com um bebé e sabemos que o factor mais importante é que o bebé se sinta em casa! Assim é tudo mais fácil.
A Maria jantou na cadeirinha do Afonso (ao que ele ficou um pouco desconfiado ao início, mas depois passou-lhe) e depois dormiu na cama dos pais do Afonso, cheia de almofadas à volta. Dormiu profundamente e só acordou quando tivemos que ir embora, porque se sentiu em casa.
Uma casa de bebés é assim, é uma casa em que os bebés se sentem seguros e confortáveis, e podem ficar à vontade para fazer disparates porque os donos da casa compreendem perfeitamente.
Que a nossa casa também seja sempre uma casa de bebés, para os bebés de 2011 e para os que aí vêm! Sejam muito bem-vindos!!!
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Filhos, Pais, Avós... barafunda da família, a riqueza das relações humanas
Ao ler o texto pus-me a pensar nesta teia, neste emaranhado de sentimentos e relacionamentos que surgem no meio familiar com os quais muitas vezes não sabemos lidar, mas que são a maior riqueza que nos é dada nesta vida.
De um lado: "Há um período em que os pais ficam orfãos dos seus filhos".
Do outro lado: "Eu ainda não estou nesse período, estou apenas agora a começar esta aventura de ser mãe e por isso tudo que que ali está escrito eu ainda não vivi e quero viver intensamente com a Maria."
De um lado: "Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judo. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas."
Do outro lado: "Ainda quero viver as brincadeiras na praia, o ballet, os trabalhos de casa, tudo isso, não quero perder pitada. Quero viver até ao último segundo e mesmo assim um dia direi que ela cresceu de repente."
De um lado: "Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morrem de saudades. Chega o momento em que só resta ficar de longe torcendo e rezando para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade. É esperar que a qualquer hora nos podem dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto."
Do outro lado: "Os avós querem reeditar o afecto nos nossos filhos, e muitas vezes essa reedição passa por fazer o que não fizeram enquanto pais. Já disse isto aos meus pais que me deram uma educação rígida e conservadora e que de repente, com uma facilidade impressionante, esqueceram-se de boa parte dela. Nós os filhos e pais recentes temos dificuldade em lidar com isso e queremos rapidamente encontrar e estabelecer limites. O perfeito é que os limites sejam definidos em conjunto, mas nem sempre é possível e por isso vamos apalpando terreno, vamos calando quando é preciso e falando quando é preciso. Não é fácil estabelecer essa fronteira, mas faz parte da riqueza das relações humanas e familiares. Talvez sejamos melhores filhos para os nossos pais quando temos filhos, melhores pais para os nossos filhos quando temos netos e melhores avós para os nossos netos quando temos bisnetos... mas isso faz parte da aprendizagem da vida, pois cada vez que passamos para uma nova fase não queremos cometer os mesmos erros. Cada fase da vida tem, a meu ver, um papel específico e único que não se pode sobrepôr mas sim complementar-se. Não é fácil estabelecer essa fronteira, mas faz parte da riqueza das relações humanas e familiares".
Duas visões de duas fases diferentes da vida, que enriquecem a nossa aprendizagem se as olharmos com humildade e de coração aberto.
domingo, 18 de setembro de 2011
É mais fácil andar para trás
O esforço que ela andava a fazer há já alguns dias finalmente compensou, mas foi para trás! Talvez não fosse bem isso que ela tinha em mente, mas lá conseguiu sair do sítio.
É mais fácil começar a andar para trás. Mas na vida parece que continua a ser mais fácil andar para trás. Sempre que nos deparamos com um obstáculo a tendência é recuar, em vez de enfrentar. Sempre que surge uma situação mais complicada de resolver, constrangedora, intimidatória, a tendência é calar em vez de falar, contornar em vez de confrontar, baixar em vez de erguer. Bem sabemos que custa muito mais "pegar o toiro pelos cornos" do que saltar para as trincheiras.
A Maria anda para trás agora, mas vai chegar o dia em que ela vai descobrir como se anda para a frente e como é bom seguir em frente! Nessa altura não vai querer parar nunca, só quando começar a ter responsabilidades (oxalá que nem aí se canse de andar para a frente).
Devemos olhar as coisas de frente, saber dizer o que é preciso mesmo que isso nos custe e custe aos outros, seja na família, no trabalho ou com os amigos. Que não deixemos nada por dizer, para que não aconteça como a sopa que deixei na panela durante a noite: azedou!
Pode ser mais fácil andar para trás, mas isso é para a Maria que ainda não aprendeu a andar para a frente.
Queiramos reaprender a andar para a frente como um bebé, saboreando cada passo do nosso caminho.
Deixo-vos um texto "das 5ªs feiras" (site da RR)
"Um dia de não desperdício.
Hoje gostaria de estar mais atenta ao desperdício. Desperdício do bom dia do vizinho, a quem não retribuoDesperdício das cores do dia, que não vejo.Desperdício da mão estendida, que não agarro.Desperdício da palavra gentil, à qual não respondo.Desperdício do olhar atento e solícito, que evito.Desperdício da carícia, que rejeito.Desperdício do pão, que não saboreio.Desperdício da sabedoria, que ignoro.Desperdício dos desperdícios; tudo é desperdício, quando não amo. Ensina-me Senhor da Vida a não desperdiçar o dom deste dia."
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Estrela
A Maria já tinha conhecido o tio Gonçalo, e que tio babado! Foi lá a casa de propósito, fora de visitas com amigos e entre horários difíceis, para conhecer a Maria e presentea-la com roupinhas, as últimas trazidas de Londres. Eu até lhe disse que tinha perdido a cabeça, mas ele com aquele vozeirão e com o sorriso rasgado disse: "Pois perdi! Mas em Londres o que é tu querias?". Três vestidos, qual deles o mais giro, três pijamas em vários tons de cor de rosa, e muita vontade de ver a Maria crescer e tornar-se uma menina para com ele um dia aprender a dançar a valsa. Talvez não vá poder ensiná-la a dançar a valsa, mas vai com certeza vê-la crescer e de um sítio privilegiado, acompanhado de todas as estrelas que não chegaram a conhecê-la mas que olham por ela, como a Avó Maria e o Avô Roquette, o Pedro Zenóglio, e tantos outros que do céu tomam conta de nós. Creio profundamente que eles, ao lado de Nosso Senhor, vêm o que fazemos, e sopram sinais de esperança e de alento quando nos sentimos em baixo. É neles que tropeçamos quando estamos a ponderar uma decisão errada, é com eles que viajamos quando temos medo que o avião caia, é junto deles que adormecemos sabendo que lá não se dorme (não é preciso) e por isso alguém está de vigia por nós.
A Maria ganhou mais uma estrela, e esta muito brilhante de certo, pois partiu na flor da vida e com essa mesma garra vai fazer de tudo para nos iluminar o caminho certo.
À noitinha, antes de a deitar faço questão de lhe falar em cada uma das estrelas que ela tem a olhar por ela no céu, e desde 5ª há mais uma na lista! Ela vai conhecer bem este tio babado e vai querer aprender a dançar e a cantar, e a respirar música, história e cultura, como ele tanto gostaria de lhe ter mostrado!
Até sempre querido Gonçalo!
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Esta luz pequenina vou deixá-la brilhar...
Comidas e bebidas à parte, o que me enervava era mesmo a celebração. Digam lá o que disserem isso é que interessa.
Não é obrigatório batizar ninguém. Trata-se pura e simplesmente de uma questão de Fé.
Durante estes últimos dias procurei informar-me junto de documentos oficiais da Igreja Católica, sobre o ritual do Batismo e mais convencida fiquei que o Batismo não pode ser instrumentalizado como forma de dar uma festa e receber presentes para o bebé! Para isso façam um baby shower! Sou muito bruta nestas coisas, mas é assim que as coisas são. Por mim nem tinha recebido presentes nenhuns e digo isto com verdade.
Quem quer pertencer à Igreja Católica é livre de o fazer, mas deve ter consciência das suas regras. Se são justas ou não, se são demasiado rigorosas ou não, se são radicais ou não, isso é outra discussão. Mas se as regras existem são para se cumprir! Que sentido tem a definição de católico não praticante? Assumam as coisas ou bem que se é católico ou bem que não se é! Simples! Se não é quase como ir ao supermercado, só lá vou quando me falta alguma coisa! Isso é hipocrisia!
Porque é que os pais escolhem batizar um filho? Já pensaram nisso? É que não precisam de o fazer. Não é como matricular o filho na escola, ou inscrevê-lo como sócio de um clube de futebol. A escolha passa por uma enorme alegria de saber que a partir daquele momento a minha filha faz parte de Cristo! Quem não sente isto porque decide batizar um filho? Porque é que se dá ao trabalho de organizar uma festa? Arranje outro motivo, há tantos!!! Ninguém censura a vontade de se dar festas e receber presentes, de estar com amigos e família a conviver. Mas com tantos pretextos para convidar amigos e família para uma festa custa-me compreender porque é se que utiliza um que não é sentido verdadeiramente, manipulando a sua dignidade!
O Batismo é o início de uma caminhada que os pais começam e que a criança irá no futuro confirmar através do sacramento da Confirmação. Que verdade tem o batismo de um bebé se os pais depois não estiverem dispostos a caminhar?
"Esta luz pequenina vou deixá-la brilhar, bem dentro de mim vou deixá-la brilhar..." e que luz é aquela que se acende nesse dia tão especial e que depois é coberta pelos comodismos dos pais, pelas vergonhas e preconceitos dos amigos e da família, pela ausência de sentido de responsabilidade perante os apelos de uma igreja a que se pertence mas que é descurada porque tem uma voz incómoda e muitas vezes incoerente...? A resposta é simples: a luz apaga-se por falta de oxigénio para arder.
Nunca vou deixar que a luz que se acendeu no coração da Maria no dia do seu Batismo se apague. Nunca!
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Saudades
Felizmente hoje já estarei ao pé dela, mesmo que só para a ver dormir, que já é um efeito calmante pois emana tranquilidade, aquela tranquilidade que em adulto é tão difícil de encontrar, mesmo durante o sono.
Estar longe da Maria é saber que uma parte de mim não está comigo, por isso custa tanto. Lembro-me dos meus pais quando estive a viver na Bélgica durante um ano... nunca dizem nada até porque sabem que nós filhos não gostamos de os ver preocupados, mas agora sinto mais na pele o aperto que eles sentiram silenciosamente durante 1 ano. E sentem quando nos deixam ir passar o primeiro fim de semana fora, o primeiro campo de férias, as saídas à noite, as viagens com os amigos e namorados e todos os programas e escolhas de vida que não passam por estar com eles. No fundo sabem que a maior parte da vida dos seus filhos será passada longe deles, o que é como viver a maior parte da nossa vida sem um bocado que nos pertence. Mas a grande verdade é os filhos não são nossos, não são nossa pertença, são dons de Deus que não podemos esconder com medo que nos tirem, pelo contrário têm que ser criados para serem dados à Vida.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
6 meses...
A felicidade e a alegria de viver junto de um pequeno ser humano que cresce connosco, que nos surpreende a cada dia que passa, é inexplicável!
É delicioso olhar para ela, vê-la a ultrapassar os obstáculos que vão aparecendo, e sempre com boa cara! O virar-se de barriga para baixo e querer gatinhar, a vontade de estar em pé ou de se sentar sozinha, a expressão nos olhos dela quando quer pedir alguma coisa e não consegue, ou as tosses fingidas para chamar a atenção, são tudo momentos únicos cheios de magia, que transformam a nossa vida. Passamos a ter uma vida mais simples e sem grandes planos de viagens, jantares, saídas à noite ou compras, mas muito mais preenchida e muito melhor vivida!
Parabéns à Maria, parabéns a mim e ao Rui, parabéns à família e aos amigos que espero que ajudem sempre a Maria a crescer sabendo que na vida não há facilidade mas há Felicidade!!! E essa só se consegue verdadeiramente pelos caminhos mais difíceis, mas nunca impossíveis de ultrapassar. Não quero que facilitem a vida à Maria, quero que ela saiba o que são as dificuldades que atravessam o seu caminho, quero que ela tente agarrar a vida mesmo que lhe custe, tal como quando quer um boneco e estica o braço para o apanhar, coisa que nunca fará se eu lhe der logo o boneco. Para quê esforçar-me a tentar apanhar o boneco se alguém mo vai dar? Talvez seja uma tentação, pois quero vê-la feliz, mas sei que sempre que lhe poupar o esforço estarei a deitar fora uma oportunidade para ela crescer e aprender.
Hoje partilho convosco a algria que me enche o coração e me faz sorrir só de me lembrar daquelas bochechas que vou encher de beijos!!!
:D
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Combates, o primeiro de muitos!
Começa cedo, pensam vocês, mas não. É perfeitamente normal os bebés começarem a "medir forças" com os pais, sobretudo na hora da refeição, recheada de momentos e oportunidades para o bebé triunfar levando os pais ao cansaço e assim vencendo a batalha.
Hoje a Maria tinha à sua espera uma sopa muito cor de laranja, que já tinha deixado umas boas nódoas no Domingo e por isso o cuidado para não sujar o pijama de hoje foi redobrado.
Ora, nem de propósito! Começou a comer lindamente até que se lembrou de fazer o famoso "brrrrr" com a boca cheia de sopa cor de laranja! Rapidamente salpicou a cozinha e ouviu dos pais um: "Não faz isso!". Nesse momento parou, não estava à espera daquela reacção. "Teriam achado graça?" deve ter pensado... a calmaria durou apenas por momentos. Passado três colheres de sopa e uma de banana resolveu experimentar o "brrrr" outra vez, para ver qual era a nossa reacção. Mais uma vez, de olhos arregalados e com a voz colocada em tom de ralhete dissemos em uníssono: "Maria, não faz isso!". Ela estremeceu, depois riu-se na tentativa de arrancar de nós também um sorriso, mas logo se apercebeu que não tínhamos achado graça. Isso não a impediu de continuar, pelo contrário até a motivou mais e logo se recompôs para repetir a proeza. Já estávamos os dois perdidos de riso e com a cara tapada com guardanapos!!! Tudo menos mostrar-lhe que achávamos piada.
Fez-se uma pausa para ver se ela retomava a refeição normalmente, mas de pouco serviu, pois daí a nada recomeçaram os "brrrrs". Eu aproximei-me dela, abri os olhos e disse: "Não faz isso!". Ela parou, fitou-me com os seus olhos penetrantes e em silêncio disse-me: "não me vences tão facilmente". Aí caiu-me tudo, um pingente daquele tamanho enfrentou-me com o olhar!!!
Lembrei-me das vezes em que depois de ouvir um ralhete continuei a fazer certas coisas que sabia que deixavam os meus pais irritados (sobretudo a minha mãe) só para medir forças. Lembro-me como se fosse hoje! Era uma sensação de desafio que me movia. Depois acabava em castigo ou com umas boas palmadas para deixar claro que a relação entre pais e filhos não é uma democracia (e ainda bem!!!).
Em toda a nossa vida medimos forças, vamos travando vários combates com quem tem autoridade sobre nós, umas vezes por causas nobres e válidas, outras vezes só pelo prazer de combater e de esgrimir argumentos. Todos esses combates são inevitáveis, e se encarados com o devido bom senso até são saudáveis. Só há um combate que para mim não faz sentido travar, é o que teimamos em travar com quem amamos e nos ama: com a pessoa que escolhemos para viver o resto da nossa vida e com Aquele que nos ama infinitamente e nos deu a vida.
Contra nenhum deles vale a pena combater, pois o resultado é sempre negativo!
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Ser carvão na vida uns dos outros
Escrevo hoje para dizer que a Maria esteve na praia. O ar do mar fez-lhe bem e parece que voltou mais crescida. O mar empurrou o dentinho mais um pouco cá para fora, mas ainda não rompeu bem e é por isso que ela anda mais rabujenta.
Agora como já não estou tanto tempo em casa torna-se mais difícil escrever com calma, por isso partilho um texto que veio para ao meu inbox e que espelha bem o que vou querer um dia contar à minha filha.
"O menino olhava a sua avó com curiosidade enquanto ela escrevia uma carta.
A certa altura, perguntou:
- A Avó está a escrever uma história?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou a escrever sobre ti... é verdade! Mas, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou a usar: gostaria que um dia fosses como ele, quando cresceres.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como se olha as coisas. Neste lápis há cinco qualidades muito importantes, que se conseguires manter, serás sempre feliz e estarás em paz com o mundo.
Primeira qualidade: podes fazer grandes coisas, mas não podes esquecer nunca que existe uma mão que guia os teus passos, a que chamamos Deus.
Segunda qualidade: de vez em quando, é preciso parar de escrever, e usar o afia-lápis. isso faz com que o lápis sofra um pouco. Mas depois estará mais afiado e perfeito. Aprende a suportar algumas dores que te vão surgindo, porque nos ajudam ser melhores pessoas.
Terceira qualidade: o lápis permite o uso da borracha para limpar e corrigir o que estava errado. Corrigir o que fizemos mal é importante para construir um caminho mais justo.
Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira, nem a cor, nem a sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Também connosco o mais importante é o que está por dentro.
Quinta qualidade: o lápis por onde passa deixa sempre uma marca... maior ou menor... Assim acontece com tudo o que fizeres na vida. Tudo o que fizeres fica com a tua marca. Por isso tenta ser perfeito em cada coisa que fazes. Procura que os teus desenhos sejam lindos!
O neto ouvia com atenção tudo o que a sua Avó lhe dizia, e gravou na sua memória fresca a interessante mensagem e prometeu vivê-la, tentando em cada dia uma escrita mais perfeita, sempre assistido pela mão invisível de Deus."
(autor desconhecido)
domingo, 10 de julho de 2011
Riscos
Decidir para mim sempre foi uma situação complicada, porque sou indecisa por natureza, ou melhor, porque não gosto de arriscar. Mas olhando bem para os momentos mais felizes da minha vida, foram aqueles em que arrisquei. Quando decidi namorar com o homem com quem casei, pessoa sobre a qual o meu primeiro comentário foi: "nunca me envolveria com alguém assim". Quando decidi não começar logo a trabalhar, como todos os meus colegas de faculdade, e ir para Gent estudar. Quando decidi casar pela Igreja, ou seja para toda a vida. Quando decidi que uma vida nova poderia crescer dentro de mim. Esta, de todas as decisões, foi a mais arriscada, pela responsabilidade que acarreta, e foi sem dúvida a que me fez e faz mais feliz.
Pois bem, por falar em correr riscos, partilho aqui um texto que alguém "por coincidência" deixou no meu inbox:
"Na vida temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis, algumas difíceis.
A maior parte dos erros que cometemos não se devem a decisões erradas. A maior parte dos erros devem-se a indecisões. Temos que viver com a consequência das nossas decisões. E arriscar. Tudo é arriscar.
Rir é correr o risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento.
Expor os sentimentos é arriscar expor-se a si mesmo.
Expor suas ideias e sonhos é arriscar-se a perdê-los.
Amar é correr o risco de não ser amado.
Viver é correr o risco de morrer.
Ter esperança é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de falhar.
Os riscos precisam ser enfrentados, porque o maior fracasso da vida é não arriscar nada. A pessoa que não arrisca, não faz nada, não tem nada, não é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor, mas não aprende, não sente, não muda, não cresce e não vive. Presa na sua servidão, é uma escrava que teme a liberdade."
Só posso acrescentar que, o risco, com a ajuda de Deus, é sempre controlado!
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Sopa?! bahhhh
sábado, 25 de junho de 2011
O regresso ao trabalho
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Primeira papa
domingo, 5 de junho de 2011
Dia de mudança
terça-feira, 31 de maio de 2011
Cagada na estrada!
terça-feira, 24 de maio de 2011
Dormir...
quarta-feira, 18 de maio de 2011
3 meses
domingo, 8 de maio de 2011
Cheira a mãe...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Percentis, pesos e medidas!
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Feliz dia da Mãe!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
A pica dói... se dói!
quarta-feira, 20 de abril de 2011
O tempo voa: 2 meses!
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Simplificar
sexta-feira, 8 de abril de 2011
A salinha dos bebés
domingo, 3 de abril de 2011
Rotinas sim, rotineira não!
domingo, 27 de março de 2011
Espreguiçar
terça-feira, 22 de março de 2011
Lagarta da couve
domingo, 20 de março de 2011
1 mês
quarta-feira, 16 de março de 2011
Girls' talk
domingo, 13 de março de 2011
Primeiro evento social
sexta-feira, 11 de março de 2011
Música para adormecer
Funcionava com a minha irmã e agora também... A Maria adora :)
Fábrica de leite em risco de fechar
Amamentar não é fácil e é preciso muita determinação e algum sacrifício para vingar. As causas que podem prejudicar este caminho são várias mas aqui deixo as que se passaram comigo: Fissuras e depois mastite.
É preciso estar atenta aos sintomas pois a mastite é mesmo de evitar! Começa por ser um ligeiro incómodo no mamilo quando se está a amamentar, principalmente quando o bebé pega. A partir do momento em que se abre uma fissura o peito fica exposto a inúmeras bactérias. Depois dizem-nos para não tapar o mamilo, mas ficar em casa o dia todo e andar com as mamocas ao léu até que a fissura cicatrize não é propriamente o tratamento mais prático que existe. Enfim, isto para dizer que logo à menor impressão deve vigiar-se muito bem a fissura e usar um bom creme regenerador. Passando a publicidade (mas porque a posso fazer no meu blog) aqui fica o creme que usei e que é bastante eficaz: Regenerador de mamilos da marca AVEIA.
Quanto à mastite dá dores horríveis, causa vermelhidão no peito e é motivo para se ligar logo ao obstetra! Não se pode deixar que as dores impeçam a amamentação. Custa, mas se for suportável (e há dores piores que estas) vale a pena insistir para continuar a amamentar.
A fábica de leite está em risco de fechar, mas creio que vai resistir à crise e manter-se em funcionamento pelo menos até aos 3 meses! :)
terça-feira, 8 de março de 2011
A fábrica de leite
Aliás, é um desafio manter esta fábrica de leite, um desafio para um bem maior pois não há melhor alimento para o bebé do que o leite materno.
Vezes sem conta me avisaram sobre o dificil que era persistir na amamentação, pois nos dias que correm é enorme a oferta de leites artificiais e de formas menos dolorosas e cansativas de alimentar o bebé.
No curso de preparação para o parto a enfermeira dizia que não há leite fraco pois o leite materno é produzido à medida do bebé, daí que seja tão importante insistir na amamentação. Depois foi o pediatra, durante a consulta pré-natal, que nos alertou para o desafio de amamentar. Dizia ele "Ritinha vão ser dias dificeis e vai ter que persistir para o bem da sua filha". A enfermeira na sala de partos enquanto o médico se preparava, perguntou-me: "Vai querer amamentar?", ao que eu respondi acertivamente "Mas que raio de pergunta. É claro que vou! Isso nem se devia perguntar.". Finalmente o obstetra no dia em que me deu alta dizia "Quero que saia daqui a saber tudo sobre dar de mamar".
Pois bem, agora todos estes avisos e conselhos fazem mais sentido do que nunca.
Sou uma autêntica fábrica de leite em que a oferta é regulada literalmente pela procura. Quanto mais amamento mais produzo e se porventura a Maria dorme mais uma hora do que é suposto e não acorda para comer, o stock em excesso acaba por ter que ser "escoado" de uma maneira ou de outra!
A isto acresce que a produção do leite materno é influenciada por uma série de factores externos com os quais não tinha que lidar durante a gravidez. Se antes tinha que ter cuidado com os legumes crus ou com o marisco, agora não há placenta que me valha e que filtre os meus erros alimentares! Tudo o que como acaba no leite que produzo, e quem sofre as consequências é a Maria.
As idas ao frigorífico entre mamadas vão ter que acabar!
É cansativo ter que controlar por mais uns meses a alimentação, mas não me posso dar ao luxo de ver a minha filha chorar com cólicas e dores de barriga porque comi feijoada ao almoço ou porque abusei no chocolate.
Gerir esta fábrica de leite tem muito que se lhe diga! Mas dizem as mães mais experientes que é uma questão de atinar com as rotinas.
Espero conseguir criar a minha!
segunda-feira, 7 de março de 2011
E se eu ficar cansada?
E se eu ficar cansada? E se eu me sentir farta das rotinas, das horas, dos minutos contados para ver tv porque depois é preciso fazer isto e aquilo... E se eu me sentir sem forças para ser mãe, para cuidar de outra pessoa com toda a minha entrega e dedicação? Devia mas é pensar em viver um dia de cada vez e deixar os pensamentos futuros para os outros. Pensar no futuro angustia-me.
É nestes momentos que não me canso de pensar nas mães, em todas as mães. Nas mães ao quadrado (avós), nas mães ao cubo (bisavós)! Não me canso de pensar nas mães solteiras, nas mães viúvas ou simplesmente nas mães de muitos filhos. Não me canso de pensar nas mães que não quiseram ser mães e naquelas que querendo não puderam gerar vida nos seus ventres. Não me canso de pensar na mãe de todas as mães: Maria mãe de Jesus, exemplo da força silenciosa que caracteriza a verdadeira mãe - aquela que dá a sua vida e sofre em silêncio sem esperar nada em troca.
É nestes momentos que não me canso de repetir: gratidão, gratidão, gratidão. Agradecer os dons que a Vida me tem dado, as pessoas que tem colocado no meu caminho, as mãos que se têm estendido para me ajudar quando preciso, as janelas que se vão abrindo quando se vão fechando portas. Agradecer e confiar!
E se eu ficar cansada? A resposta é simples, fecho os olhos por uns segundos, agradeço a Deus e recomeço tudo de novo! Ser Mãe é condição para toda a vida...
sábado, 5 de março de 2011
Bebé bolçado, bebé criado!
É claro que é importante arrotar. É evidente que devemos pôr sempre a arrotar, mas durante quanto tempo? E de madrugada quando os nossos olhos se fecham sem querermos, quanto tempo devemos estar a dar palmadinhas nas costas para ela arrotar?
Bom senso e ditados populares dão-nos algumas pistas para lidarmos com estas pequenas situações de forma serena e saudável.
Os radicalismos e fundamentalismos que hoje nos atingem em excesso, perturbam a evolução normal das coisas na forma como a natureza as concebeu, pois não há forma mais perfeita do que essa!
quarta-feira, 2 de março de 2011
Dúvidas e respostas
Algumas situações que se passaram e que vale a pena partilhar:
AMAMENTAÇÃO: A Maria teimava em dormir mais do que comer, e nós descansados da vida. "Que bom, ela dorme tanto". "Que descanso". Mas depois de uma pesagem no pediatra rapidamente nos apercebemos que ao ritmo a que a Maria dormia e não comia, perdia peso. Era preciso acordá-la para que ela comesse e começasse a engordar. Lá se foram as três noites bem dormidas, e depois começou a luta para ela mamar. Cada boca a sua sentença. Aproximava-se a hora da mamada e eu, ansiosa que estava, acabava por transmitir o que sentia para a Maria que berrava com fome. Não vale a pena! Parámos, acalmámos, chorámos as duas e voltámos a tentar. Nesse momento valeu-me a linha SOS Amamentação. Falei com uma enfermeira que me descansou bastante e logo serenei. No dia seguinte fui ao Centro Pré e Pós Parto (onde fiz o curso de preparação para o parto) para uma consulta de amamentação com uma enfermeira, na qual vi todas as minhas dúvidas esclarecidas.
Menos uma dúvida para me atormentar o juízo, mais um dia superado!
SOLUÇOS/CHUCHA/CÓLICAS e AFINS: Durante estes primeiros dias é fundamental viver um dia de cada vez (literalmente), pois as dúvidas resolvidas rapidamente dão lugar a novas interrogações que vão surgindo para enublar o nosso pensamento.
Eis que chegou o dia de irmos ao pediatra. Logo nos primeiros 5 minutos vimos a nossa lista de questões respondidas. Dizia o médico: "Oh Ritinha isso é tudo normal. Os recém nascidos têm muitos soluços, espirram muitas vezes, fazem muitas vezes cocó que quase nunca é sólido e é quase sempre amarelo ou esverdeado. Também é normal que ponham a mão na boca pois é um reflexo do que faziam durante a gestação, mas nem sempre é sinal de fome. Deixem-nos chuchar! Eu prefiro que ponham a chucha do que permitam que ela chuche no dedo ou na mão. Por isso se já tem a amamentação implementada pode introduzir a chucha à vontade. Quanto às cólicas são normais e frequentes e passam aos 3 meses de idade, mas por mais que lhe digam que sim, não existe nenhum medicamento totalmente eficaz. Agora têm perguntas?". Nós cruzámos olhares e pensámos "Ufff, estamos a fazer tudo bem!".
Foi mais um dia superado. A Maria engordou mais um bocadinho e nós vimos a nossa autoconfiança reforçada.
Aqui deixo alguns alguns links que podem ser úteis: http://www.sosamamentacao.org.pt/
http://www.preeposparto.com/pages/homepage.php
Durante este período é muito fácil cair na armadilha da insegurança e da ansiedade e, sem darmos conta, estamos a chorar sem razão, com um fardo pesado sobre os ombros que pode ser facilmente transformado numa pluma, basta falarmos com alguém. Posso dizer que a presença constante e incondicional do meu marido ao meu lado me ajudou imenso, mas há coisas que só nós sentimos, por isso é importante falar, perguntar, chorar e não deixar que a dúvidazinha se instale no nosso pensamento e nos vá corroendo.
terça-feira, 1 de março de 2011
A chegada a casa
Sabia que era tempo de vir para casa com a Maria e que lá não haveria o botão vermelho para chamar a enfermeira ou a auxiliar. Em casa era só eu, o Rui e a Maria. A ansiedade começou...
E agora? O que fazer? Por onde começar?
A noite passou, com poucas horas de sono e muitas dúvidas. Nestes momentos o pai torna-se a âncora, a boia de salvação para nos agarrarmos. Assim passaram 3 dias e 3 noites. As dores limitavam-me os movimentos, e a insegurança toldava-me a capacidade de decidir. Logo percebi que como era fácil entrar num ciclo negativo de pensamentos e emoções.
Como foi importante sair de casa para ir ao pediatra, para ir a casa dos meus pais, para perceber que o mundo não fica confinado à nossa casa onde este pequeno humano se veio instalar para ficar para sempre! Como foi importante rezar e agradecer as pessoas que tenho ao meu lado! Como foi importante pensar nos exemplos que tenho, entre amigos e família, de mães solteiras, viúvas, separadas ou que pura e simplesmente não já não têm os pais ou os sogros disponíveis para ajudar.
Humildade e gratidão, foi nisso que pensei durante estes dias e continuo a pensar, para não deixar que o meu mundo já desarrumado pelo nascimento da Maria, desmorone aos meus pés.
Agora tudo flui com mais naturalidade, a confiança foi reconquistada e os dias passam mais rápido e com mais alegria! Sim, porque depois basta um olhar dela para que tudo se componha novamente.
As primeiras linhas entre as primeiras fraldas
Ora, passados alguns dias de habituação à minha nova condição pensei que podia aproveitar para deixar uns rabiscos partilhados no espaço cibernáutico, para me livrar de alguns fantasmas que só saem quando os escrevemos e também para partilhar algumas (in)experiências com futuras ou recentes mamãs que também passam pelo mesmo.
Assim aqui fica esta mensagem em jeito de introdução e um grande bem haja a todas as Mães. Espero dar uso a esta ferramenta sempre que, durante as trocas de fraldas, me surja um tempinho para deixar aqui algumas linhas, sem pretensões nem objectivos, apenas linhas...