quarta-feira, 13 de abril de 2011

Simplificar

A Maria passou o primeiro fim de semana fora de casa! Na 5ª feira eu já tinha o complicómetro ligado e tiveram que ser os meus pais a contar-me alguns episódios da minha infância para me convencerem que mais vale simplificar.
Combinámos ir rumo a São Martinho do Porto para a nossa casa de praia. Uma casa mesmo em frente à praia! Que bom! E é realmente um privilégio ter uma casa ali, mas é uma casa com 100 anos e que precisa de algumas (vá algumas é pouco) obras! O cheiro a mofo tão característico, a banheira antiga na casa de banho que verte água, o chuveiro com água muito quente ou muito fria, as janelas de madeira cheias de frestas, etc. Tudo isso nunca me incomodou, mas de repente começou-me a fazer um pouco de espécie quando planeei ir com a minha filha para lá. "Não há condições!"... pensei. Além disso lá não temos berço, não há banheira para ela, nem muda fraldas, nem tão pouco há aquecimento central para garantir que a temperatura do quarto fica amena. É evidente que os meus pais acabaram por me dizer que no meu tempo, tinha eu a idade da Maria, eu dormia numa gaveta forrada com mantinhas e viajava no carro sem cadeirinha, e ia de tal maneira solta que uma vez fui parar ao chão com uma travagem!
Depois de algumas histórias destas resolvi deixar o complicómetro em Lisboa e levar na bagagem apenas o essencial: simplicidade e boa disposição! Devo dizer que o fim de semana correu muito bem, apesar de algumas cólicas que não deixaram a Maria gozar mais e melhor o ar do mar. A Maria dormiu na cama da minha irmã, forrada de mantinhas e almofadas, tomou banho no lavatório e mudou as fraldas no sofá. Vale a pena simplificar!
Olho para a minha geração e para as gerações a seguir e acho que hoje em dia, simplificar, acaba por ser uma tarefa quase impossível. É que, apesar da tão afamada crise, vivemos com muitas coisas, aliás com coisas a mais, de tal maneira que já não sabemos simplificar. No fundo, desaprendemos a saber viver com pouco, a viver na simplicidade e ter que improvisar de vez em quando. Mas quando conseguimos simplificar e usar apenas o essencial, a vida sabe muito melhor.
É esse o espírito que quero passar à minha filha: que ela aprenda e nunca desaprenda a saber viver com pouco, pois só assim saberá o que é verdadeiramente essencial na vida!
Próximo fim de semana: São Pedro do Sul (e o complicómetro fica cá!).

2 comentários:

  1. Por cá, também somos adeptos de simplificar. A Beatriz já tomou banho de lavatório num hotel, em casa da avó e de amigos tb. Agora que está mais crescidinha, continuamos a simplificar e como já não cabe no lavatório, no outro dia tomou banho num alguidar. Simplifica-se e dá umas fotografias bem giras :)

    beijinhos,
    Joana
    ps: eu bem te tinha dito que a salinha dos bebés era excelente, lembras-te?
    pps: continua a dar notícias da Maria que por aqui gostamos muito de ir seguindo. Temos tb que combinar qq coisa para as nossas bebés brincarem. :)

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  2. O alguidar será uma opção dentro em pouco! Quanto às fotografias acho que são as mais divertidas e vão dar lugar a histórias que a Beatriz vai gostar de ouvir quando for mais velha!
    Temos mesmo que combinar qualquer coisa (estaremos em SMP agora na Páscoa se forem avisa).
    Beijinhos aos 3

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