domingo, 8 de maio de 2011

Cheira a mãe...

Todos nós reconhecemos o cheiro da nossa mãe. Mesmo já adultos, mesmo já fora de casa dos pais, todos nós guardamos na memória os aromas de perfumes, da pele, da almofada, do cabelo, do creme ou do champô que a nossa mãe usou ou usa.
O olfacto é talvez o sentido que nos permite avivar melhor a memória, fazendo-nos recuar em corpo e espírito a lugares, épocas e momentos que nos surgem tanto mais nítidos quanto mais intenso é o aroma que nos faz viajar pelas recordações.
Ontem tive a prova de que é desde pequeninos que começamos a desenvolver essa capacidade. De facto os bebés vão desenvolvendo os seus sentidos com o tempo, mas sem dúvida que o mais apurado de todos à nascença, é o olfacto. É através do olfacto que os bebés reconhecem o seu porto seguro.
A Maria ia ficar em casa dos meus porque nós tínhamos não 1 mas 2 casamentos! Deixámos tudo preparado: muda de roupa, fraldas, chucha, toalha para o banho, etc. mas a Maria percebeu o que se ia passar e assim que a minha mãe se preparou para a deitar ela desatou a chorar. E que choro... parecia que tinha desabado o mundo! Então tirei a minha camisa e dei-a à minha mãe para que pusesse ao pé da Maria. Foi instantâneo... o choro parou, ela acalmou e adormeceu.
Inacreditável pensei! Mas depois, vendo bem as coisas, não há nada mais natural do que isto. Afinal sempre soube bem e ainda sei qual é a almofada da minha mãe, tantas foram as vezes que durante a noite só me conseguia acalmar com ela. E por mais que me peçam para descrever o cheiro daquela almofada, nunca terei as palavras exactas para o fazer. Apenas posso dizer: "cheira a mãe", e estou certa que basta para todos percebem exactamente o que quero dizer!

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