quinta-feira, 5 de maio de 2011

Percentis, pesos e medidas!

Fomos pesar a Maria ao pediatra e o comentário de alguém que lá estava foi: "pois não engordou muito... mas grão a grão enche a galinha o papo"!
A Maria tinha vindo a engordar pouco (desde há 3 semanas para cá), mas continua com a mesma vivacidade de sempre (ou até mais), a crescer em comprimento e em esperteza, só que muito levezinha...
Após 2 meses e meio de amamentação em exclusivo o pediatra disse para começarmos a dar um suplemento, mas com muita lisura porque ela está saudável. Voltei para casa com uma lata de leite em pó e com um novo desafio pela frente: dar o biberão de suplemento sem deixar de amamentar.
Comecei a ler sobre pesos e medidas, sobre percentis e suplementos de leite adaptado, e quanto mais informação encontrava mais insegura ficava. Para além disso, as razões do pouco peso da Maria pareciam ser sobejamente conhecidas pelo senso comum de todas as pessoas e só eu é que não via. Uns diziam: "deve ser o leite que está mais fraco", outros "passa para o leite artificial de vez, ao menos tens a certeza do que ela come", outros ainda "deves dar primeiro o biberão e depois o peito". Demasiadas opiniões que em vez de acrescentarem valor apenas acrescentaram confusão na minha cabeça.
Depois os sites e os artigos científicos na internet: "é de ter em atenção que a hormona que permite a saída do leite fica inibida com o stresse", "a ansiedade da mãe transmite-se para o bebé". Ora, só de pensar que não me posso enervar faz-me logo ficar irritada!
A acrescer a tudo isto a importância dos percentis, que deve ser relativa e indicativa, mas que acaba sempre por ser um fantasma com o qual os pais não sabem lidar ao início. Aquela linha curva que combina peso e idade, na segunda página do livrinho cor-de-rosa da Maria dizia-me que ela estava no percentil 25, ou seja abaixo de percentil 50. "Bolas, será que ela só está a engordar 25% do que devia?" pensava eu.
Finalmente, a cereja no topo deste bolo recheado de dúvidas e ansiedades: hoje a Maria resolveu mostrar o seu "geniozinho" e ficou uma hora a chorar ininterruptamente porque o pai lhe estava a tentar dar o biberão. Ambos pensámos: "ela há-de ficar cansada de tanto chorar e a fome vai acabar por vencer", mas não. Acabei por lhe dar o peito e ela comeu muito bem, sem adormecer, e no final sorriu com uma expressão de vitória estampada no rosto. MARIA 1 - PAIS 0!
Não quero continuar este braço de ferro. O que interessa é que ela coma e se mantenha saudável. Se não atingir o percentil x ou y não interessa, desde que se mantenha saudável. Hão de vir os tempos em que os braços de ferro terão que persistir e para esses vou ter que me forrar de força, porque a julgar pelo dia de hoje, custa muito ganhar aos filhos, sobretudo quando sabemos que lhes custa!

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