terça-feira, 8 de março de 2011

A fábrica de leite

Podia ser uma metáfora em relação ao filme "Charlie e a fábrica de chocolate"... mas não é!
Aliás, é um desafio manter esta fábrica de leite, um desafio para um bem maior pois não há melhor alimento para o bebé do que o leite materno.
Vezes sem conta me avisaram sobre o dificil que era persistir na amamentação, pois nos dias que correm é enorme a oferta de leites artificiais e de formas menos dolorosas e cansativas de alimentar o bebé.
No curso de preparação para o parto a enfermeira dizia que não há leite fraco pois o leite materno é produzido à medida do bebé, daí que seja tão importante insistir na amamentação. Depois foi o pediatra, durante a consulta pré-natal, que nos alertou para o desafio de amamentar. Dizia ele "Ritinha vão ser dias dificeis e vai ter que persistir para o bem da sua filha". A enfermeira na sala de partos enquanto o médico se preparava, perguntou-me: "Vai querer amamentar?", ao que eu respondi acertivamente "Mas que raio de pergunta. É claro que vou! Isso nem se devia perguntar.". Finalmente o obstetra no dia em que me deu alta dizia "Quero que saia daqui a saber tudo sobre dar de mamar".
Pois bem, agora todos estes avisos e conselhos fazem mais sentido do que nunca.
Sou uma autêntica fábrica de leite em que a oferta é regulada literalmente pela procura. Quanto mais amamento mais produzo e se porventura a Maria dorme mais uma hora do que é suposto e não acorda para comer, o stock em excesso acaba por ter que ser "escoado" de uma maneira ou de outra!
A isto acresce que a produção do leite materno é influenciada por uma série de factores externos com os quais não tinha que lidar durante a gravidez. Se antes tinha que ter cuidado com os legumes crus ou com o marisco, agora não há placenta que me valha e que filtre os meus erros alimentares! Tudo o que como acaba no leite que produzo, e quem sofre as consequências é a Maria.
As idas ao frigorífico entre mamadas vão ter que acabar!
É cansativo ter que controlar por mais uns meses a alimentação, mas não me posso dar ao luxo de ver a minha filha chorar com cólicas e dores de barriga porque comi feijoada ao almoço ou porque abusei no chocolate.

Gerir esta fábrica de leite tem muito que se lhe diga! Mas dizem as mães mais experientes que é uma questão de atinar com as rotinas.
Espero conseguir criar a minha!

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