sexta-feira, 16 de março de 2012

Susto

Ontem tivemos um acidente de carro. Íamos os 3 a caminho da florista para comprar um ramo de flores para a aniversariante com quem íamos jantar e ver o jogo às 20h. Num cruzamento, um carro vindo da esquerda não parou.
Numa fracção de segundos o travão não foi suficiente para evitar o choque, o estrondo e o susto. Não passou de um susto apesar do carro ter ficado completamente amolgado, mas não foi só o carro que ficou amassado, o meu coração também ficou.
Não conseguimos evitar chocar num carro estacionado que por sua vez partiu a porta de um prédio. Não conseguimos evitar a falta de atenção do condutor do carro que vinha da esquerda e que antes de entrar no curzamento não viu o sinal de cedência de passagem que tinha que respeitar. Não conseguimos evitar o esticão do embate e o choro da Maria que saiu ilesa mas assustada.
Não conseguimos evitar que as coisas aconteçam porque não dependem apenas e só da nossa vontade. Existem outras vontades envolvidas nas nossas vidas e nós não as controlamos, sendo certo que já é tão difícil controlar a nossa própria vontade quanto mais a dos outros.
Íamos a 50km/h e o carro ficou como um papel amachucado... Imagino como teria ficado se a velocidade fosse outra... Todo o cuidado é pouco, sobretudo em noites de chuva em que a estrada parece ter sido barrada com manteiga e tudo fica escorregadio ao ponto de muitas vezes deixar que a vida escorregue por entre os dedos dos condutores que são menos atentos.
Ninguém se magoou é o que digo para mim, mas de alguma forma não me satisfaz, não consigo deixar de pensar no embate e na sorte que tivemos. Não consigo deixar de pensar que os milagres acontecem a todo o momento e que muitas vezes não os vemos porque não queremos, porque teimamos em acreditar que controlamos tudo e que podemos evitar o pior. Não é verdade. Não controlamos tudo, não conseguimos evitar o pior porque não depende apenas de nós e devemos saber reconhecer a "sorte". Uns podem dizer: "que azar, baterem logo no dia de anos da tua sogra, ao menos ainda conseguiram ir jantar?". Eu prefiro dizer: " que sorte, graças a Deus que ninguém se magoou".
São perspectivas diferentes de ver as coisas e de interpretar os acontecimentos que não conseguimos prevenir que ocorram na nossa vida. São milagres, são alertas, são oportunidades que Deus nos dá para repensarmos as coisas, redefinirmos as prioridades, reaprendermos a amar e a expressar esse amor aos que nos rodeiam!

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